30 maio 2012

Ando devagar

Como quem não sabe o que está procurando, eu corria em busca de algo inexplicável.

Corria como quem tinha pressa de chegar.
Tentei por vezes rearranjar as peças a meu gosto, manipular meu futuro. 
Deixava rastros de um cálculo mal feito, de um roteiro mal planejado, deixava em mim marcas de uma estratégia mal sucedida, de um querer chegar ao céu sem alicerces.

Tinha pressa de conquistar, de ser e estar.
Não por ambições e individualismos, apenas porque sempre julguei como pouco o tempo que tinha pra viver. Eu queria mais e eu queria logo.

Hoje ando devagar porque não tenho pressa.

Caminho como quem aprecia o verde da grama, os raios de sol, a suavidade do vento.

Olho para trás como quem compreende, agora, pertencer a algum lugar.

Você tem gosto de sábado ensolarado, de nostalgia inacabada.


Você me traz um sorriso a mais, uma esperança a mais.

E eu não tenho pressa nenhuma.

15 maio 2012

Existe chance?

Dar uma chance é a maneira mais eficaz de “ver para crer”. É estender o copo, dar o leite e esperar que ele não seja derramado. 

Todo mundo merece uma segunda chance se, e somente se, ela ainda possuir o poder de convencer que vale a pena limpar a sujeira e começar tudo de novo. Neste caso, se faz merecida uma terceira, quarta, quinta, quantas chances forem, e cada chance acaba esbanjando um copo cheio.

Ganhar uma chance não é fácil porque requer uma única e árdua condição: a mão que estende o copo deve querer estendê-lo.

Sem essa condição não existe chance.

E, quando não existe chance, não se chora pelo leite derramado.

03 maio 2012

Comentário? Opinião!

Toda manhã, um comentário e uma opinião se levantam. Até o meio dia, eles sempre se encontram.

O comentário passa quase despercebido na forma de um murmúrio, uma reclamação, um pensamento alto, mas a opinião tem ouvidos aguçados, não se contém e trata logo de meter o bedelho onde não é chamada:

- Esse seu emprego não te traz nada de bom.
- Por que você continua aceitando coisas assim?
- Eu avisei, você parece que não muda nunca!
- Se fosse comigo, eu com certeza já teria jogado tudo para o alto. Não sei como você aguenta.

E a opinião não se cala. Dona de toda verdade, finge que em situações semelhantes agiria de maneira diferente.
Condena, julga, critica.

"Existem verdades que a gente só pode dizer depois de conquistar o direito de dizê-las", dizem.

Pelo direito de dizê-las aqui, eu digo que o mundo precisa de exemplos, não de opiniões.

01 maio 2012

Gentileza gera gentileza

Há sempre um ato que surpreende onde existe gentileza.

Gentileza pode ser confundida com flerte, interesse, bajulação, mas toda gentileza sincera é inquestionável e reconhecida com um sorriso tímido de gratidão que escapa pelo canto da boca ao sentir-se o mais importante do mundo.

Este ato de bondade oferece sem receber nada em troca, oferece com o intuito de lavar a alma e ser mais humano,  fazendo o bem sem olhar a quem.

Gentileza não vê cara nem coração, não vê erros, não tem rancores nem mágoas, por isso tem o poder de transformar uma conversa, uma relação, um relacionamento profissional... uma vida.

Nunca é tarde para ser gentil.

Afinal, quem oferece flores fica sempre com um pouco de perfume nas mãos.  

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