Não sei quantas já se foram, quantas ainda irão.
Mas, hoje, a página que leio da minha vida se faz hipócrita.
Entre um parágrafo e outro ouço palavras sussurrando entrelinhas como se pedissem socorro, tentando, em vão, juntar o que tenho sido com o que quero ser.
Perdem o fôlego, uma a uma, nocauteadas por um script sem rabiscos, acomodado, de vida própria e pouca criatividade. Patético, em suma.
Um script que me faz esquecer que não basta ser carne e osso: se não tocarmos o coração das pessoas, nada do que vivemos tem sentido.
O desafio de cada nova página é tornar o final valioso.
Juntar as coincidências, as afinidades, os acontecimentos inesperados e justificar o futuro com o passado.
Um conflito. Um silêncio. Uma busca.
Sábio, aquele que se prepara para receber exatamente o que almeja e reconhece a sutileza da oportunidade quando ela chega.