30 maio 2012

Ando devagar

Como quem não sabe o que está procurando, eu corria em busca de algo inexplicável.

Corria como quem tinha pressa de chegar.
Tentei por vezes rearranjar as peças a meu gosto, manipular meu futuro. 
Deixava rastros de um cálculo mal feito, de um roteiro mal planejado, deixava em mim marcas de uma estratégia mal sucedida, de um querer chegar ao céu sem alicerces.

Tinha pressa de conquistar, de ser e estar.
Não por ambições e individualismos, apenas porque sempre julguei como pouco o tempo que tinha pra viver. Eu queria mais e eu queria logo.

Hoje ando devagar porque não tenho pressa.

Caminho como quem aprecia o verde da grama, os raios de sol, a suavidade do vento.

Olho para trás como quem compreende, agora, pertencer a algum lugar.

Você tem gosto de sábado ensolarado, de nostalgia inacabada.


Você me traz um sorriso a mais, uma esperança a mais.

E eu não tenho pressa nenhuma.

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