Como todas as outras noites, ela sentou em frente a janela encarando a imensidão do mundo.
Se ela aceitasse sua condição, estaria desistindo de acreditar que podia se curar? Ela sempre conseguiu tudo que quis, mas agora não. Agora ela estava de mãos atadas. Por um momento, sentia-se traída por seus próprios pensamentos.
Talvez se ela tentasse mais, se acreditasse mais... não era possível que não se podia fazer nada!
Sua aparência frágil escondia uma personalidade indomável, e aceitar algo que ela não concordava não era, nem de longe, uma opção.
Talvez o problema nos olhos tenha lhe dado condição de ver menos e sentir mais. Por isso ela busca tudo o que é verdadeiro, fazendo o impossível e o improvável por algo que acredita.
Essa seja, talvez, sua maior qualidade conquistada.
A qualidade que desata amarras, abre caminhos e torna qualquer desejo possível.