30 agosto 2009

Permita-se

Experimente a vista daqui de cima.
Me dê sua mão, eu te levanto se você quiser.
Se você permitir, eu posso te ajudar.
Só não me puxe, eu não vou deixar.
Eu não vou afundar com você.

18 agosto 2009

Normal

É normal ter amigos em comum e nada para dizer um ao outro.

É extremamente normal não saber aniversários nem telefones de memória, descobrir personalidades por comunidades, acompanhar fotos, recados e frases escritas ao longo do dia como se a vida fosse novela.

O mundo é adaptável.

Ninguém mais se escandaliza, por isso é normal assalto, sequestro, violência. Seu corpo aprende um novo passo de dança, se adapta a menos horas de sono, a um novo ambiente, a uma nova rotina.

Nós somos adaptáveis, mas eu não me acostumo com essa montanha russa.

Eu vivo indo e vindo.
A inércia me leva e me desafia a achar um eixo de equilíbrio enquanto me deixa tonta.

Com a intenção de voar, eu pulo para o chão tentando errar.

Vê a incoerência? Não faz sentido algum.

12 agosto 2009

Falta

Deparo-me, se pudesse, com a sólida presença da falta.

Pego-a pelo braço, olho fundo em seus olhos:

- ...Por quê? – pergunto, atônita.

Desmancho-me em memórias sem contexto que me nocauteiam com a força e a presença utópica que me faz fraca.

Querem sair, gritar e ser sem poder sê-las, florescendo em mim um desejo amargo e ausente.

“Falta ar, falta algo.”, minha vida agoniza e eu nem sei sua vontade de ter e ser.

A falta.

Ansiava por sacudi-la, esbofeteá-la e por fim, derrotá-la, mas ela se faz camuflar ao perceber minha intenção.

- Então é isso? – me surpreendo.

E ela me deixa ao incessante tic tac do relógio de parede, acompanhando minha angústia e debochando de mim em silêncio.

Estática, falaz.

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