30 julho 2009

Adeus

Hoje dei adeus sozinha.

Querendo conservar a beleza e o momento, esmagava flores em livros e colocava plantas em jarros. Cultivava inocentemente o brilho.

Inventei suas perfeições e arranjei os motivos que você não me dava para suas ausências.

Você foi a minha melhor invenção.

Dei valor, porque tenho em mim valores - ninguém pode dar algo que não possui, nem ensinar o que não entende, nem conhecer aquilo que não estuda.

Ninguém vive aquilo a que não se dedica.

Na sua ausência ou presença, a porta estará aberta. Você sabe, eu sempre fui receptiva.

Mas eu não pretendo estar aqui quando você voltar.

Eu não vou estar.

21 julho 2009

Reciclo-me

Olho, agora, por outro ângulo.

Quando a casa está bagunçada e de pernas para o ar, é preciso ficar de cabeça para baixo para que faça sentido.

Rendendo-me a desordem, paro de tentar juntar o antes com o agora esperando obter algo no depois.

Agora, só existe o agora.

Cada verdade minha é um passo dado em busca de não sei o quê.
Cada passo dado é um caminho para não sei onde.
Cada caminho me transformará não sei em quê e me trará não sei quem.

Não sei, e não me incomoda não saber. Para encontrar-se é preciso, primeiro, estar perdido. Dou risada de mim mesma, surpreendo-me com os detalhes, as coincidências e os mistérios.

Permito-me, e acabo me descobrindo um pouco mais a cada riso, cada conversa, cada acaso.

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