Deparo-me, se pudesse, com a sólida presença da falta.
Pego-a pelo braço, olho fundo em seus olhos:
- ...Por quê? – pergunto, atônita.
Desmancho-me em memórias sem contexto que me nocauteiam com a força e a presença utópica que me faz fraca.
Querem sair, gritar e ser sem poder sê-las, florescendo em mim um desejo amargo e ausente.
“Falta ar, falta algo.”, minha vida agoniza e eu nem sei sua vontade de ter e ser.
A falta.
Ansiava por sacudi-la, esbofeteá-la e por fim, derrotá-la, mas ela se faz camuflar ao perceber minha intenção.
- Então é isso? – me surpreendo.
E ela me deixa ao incessante tic tac do relógio de parede, acompanhando minha angústia e debochando de mim em silêncio.
Estática, falaz.
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