05 março 2008

Marionete

O tempo não para e todo relógio continua.

Relógios foram feitos para entregar o relatório, assar o bolo, terminar o expediente e colocar a criança para dormir. Monitoram cada ação, amontoam afazeres, sincronizam nossas necessidades com uma mania robótica.

Em suma, nos fazem marionetes.

Meu relógio de pulso é ligeiramente oval, analógico, desprovido de fábrica do ponteiro de segundos - mero detalhe.

Quebrado, estático, morto - é a impressão que tenho quando insisto em encará-lo.

Por um segundo, tenho a sensação de congelar o tempo, mas as pernas impacientes continuam batendo os pés no chão e vozes ainda saem de bocas falantes.

O tempo não para e meu relógio trapaceia minha mente.

No fim das contas, é essa trapaça que nos deixa com a sensação de não ter tempo para nada.

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